Por que carvalho?
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- Categoria: envelhecendo
Dois mil anos antes de Cristo, baldes de madeira já eram usados para armazenar e transportar vinho. Já mais especificamente, os barris fechados de carvalho remontam ao tempo do Império Romano. Mas afinal, por que carvalho?
De fato, outras madeiras podem ser utilizadas na produção de barris, como cerejeira, nogueira, castanheiro, pinheiro...
Inicialmente, a opção pelo carvalho deu-se por questões de ordem prática: essa é uma árvore abundante nas florestas da Europa, sua madeira é leve e ao mesmo tempo resistente, é maleável, é estanque...
Mas, com o tempo, percebeu-se que o carvalho, além de tudo, tinha muito a oferecer ao vinho, em termos de aromas, sabores e complexidade. Na realidade, nenhuma dessas outras madeiras faz, pelo vinho, o que o carvalho faz. Sem carvalho, muitos vinhos não existiriam hoje, da maneira como os conhecemos...
O carvalho tem a capacidade de transformar o vinho, levando-o a outros caminhos além do caráter de fruta fermentada que lhe é peculiar.
Uma das características do processo de amadurecimento, em barris de carvalho, é a ocorrência da evaporação. Apesar de estanque, o barril de carvalho permite uma pequena evaporação do seu conteúdo. Um barril de 225 litros, tido como padrão, pode permitir a evaporação de cerca de 25 litros de líquido, por ano. Assim, o vinho vai se desenvolvendo e amadurecendo em um processo redutor.
Da mesma maneira, uma pequena entrada de oxigênio acontece, também, mesmo com o barril fechado. E isso ajuda a suavizar o líquido. Sem falar nas aberturas do barril durante o processo, sob o comando do enólogo.
Por fim, estão presentes, na madeira de carvalho, várias classes de compostos químicos complexos, que também deixam a sua marca em um vinho, alterando aroma, sabor e textura.
E engana-se quem pensa que carvalho é tudo igual. Existem cerca de 400 diferentes espécies de carvalho. Os três tipos principais utilizados na produção de barris para vinho são o carvalho americano Quercus alba e os carvalhos franceses Quercus robur e Quercus sessiliflora. Se quiser, leia mais sobre as diferenças entre eles, clicando aqui.
E saúde!
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